sexta-feira,
19 de junho de 2015
QUANDO
A NOITE SE FEZ DIA EM 1979, CASO INÉDITO QUE CONTOU COM A INTERVENÇÃO DA PUFOI.
A
PUFOI tem estado a proceder à reanálise do essencial dos acontecimentos de
algumas observações da casuística portuguesa, que embora já tenham sido
classificadas na época do seu registo, suscitam um outro "olhar",
cimentado em novas perspectivas e novos conhecimentos.
Os
fenómenos tipo "vaga" (como é o caso presente em análise) e os
testemunhados e reportados por pilotos civis e militares, merecem, sem dúvida,
este procedimento.
Assim,
surgiu o Caso de 15 de Julho de 1979, pelo facto de apresentar caraterísticas
variadas e larguíssimo número de testemunhas.
FICHA
DO CASO
Local:
De norte a sul de Portugal continental e zona fronteiriça espanhola de Valência
de Alcântara.
Data:
15 de Julho de 1979
Hora:
Sensivelmente entre as 00,00h e as 3,30 h (embora haja referência a observações
anteriores às 00,00h).
Distância:
A cerca de 50 metros, na observação mais próxima (Chamusca, Ribatejo); talvez a
vários quilómetros, nas observações mais afastadas.
Duração:
Em geral, curta (poucos segundos), mas de alguns minutos, mais raramente.
Caraterísticas
gerais do fenómeno: Forte luminosidade de cor clara, por vezes azulada.
Massa
globular em deslocação rectilínea, deixando rasto luminoso, extinguindo-se
poucos segundos depois.
Flaches
de luz dirigida e muito intensa.
Velocidade,
de lenta a muito rápida.
Testemunhas:
Alguns milhares.
DESCRIÇÃO
Em
15 de Julho de 1979, os céus de Portugal apresentaram um conjunto de
manifestações luminosas que, devido, por um lado, à sua elevada amplitude
geográfica e por outro, a diferentes caraterísticas, nos leva a deduzir que,
muito provavelmente, estivemos na presença, não de um único fenómeno, mas de
vários fenómenos aéreos.
Também
o facto da duração das observações ser variável reforça esta ideia (ver mapa).
Para
além das observações a longa distância, temos um conjunto de relatos, como o já
citado na Chamusca, e o de Portimão, onde um guarda nocturno afirmou ter
observado um objecto circular, com cerca de 5 metros de diâmetro, a uns 250/300
metros de distância.
Depois,
há também situações de objectos de forma esférica, estacionários, como o observado
em Tomar – uma forma rectangular na vertical, de contornos mal definidos, que
se "apagou" no próprio local onde se encontrava.
Houve
luzes ou objectos que surgiram antes ou depois de um clarão, referido por
inúmeras testemunhas. Em V. N. Gaia, cinco minutos depois da passagem de um
fenómeno tipo "bólide" (meteoro rápido), apareceram várias luzes de
forma geométrica, em velocidade mais lenta.
Em
Alcácer do Sal, um automobilista primeiro observou um objecto a grande
velocidade e pouco depois outro ainda, de forma alongada, que parecia perseguir
o primeiro, mas animado de velocidade superior, até que o segundo objeto
alcançou o primeiro, prosseguindo juntos 4 a 5 segundos, até se extinguirem.
Há
relatos com audição de ruídos, como por exemplo em S. Martinho do Porto,
Leiria, onde alguns jovens, após a observação do fenómeno, afirmaram ouvir um
ruído surdo e prolongado, numa frequência baixa.
Em
Alcobaça, um automobilista foi encandeado pela luz, e meia hora depois, já nas
Caldas da Rainha, soube que moradores tinham acordado à hora da sua observação
com um barulho estranho, tipo "portas a bater".
No
Porto, o clarão, com o diâmetro da Lua, foi seguido por uma longa cauda 3 a 4
vezes maior; durante a passagem do fenómeno a testemunha teve a sensação de ouvir
um ruído tipo zumbido ou sopro, pouco discernível, em crescendo e decrescendo.
Em
Torres Novas, Nazaré, V. N. da Barquinha e Torres Vedras, o clarão é
acompanhado de um forte barulho.
Em
Castro de Aire, uma bola luminosa desfez-se com um ruído.
Todos
estes relatos apontam para uma possível onde de choque causada pela passagem do
fenómeno.
Existem
ainda outros pormenores, como os odores sentidos nalguns locais. No Restelo,
Lisboa, o clarão tremeu com "flashes luminosos" e sentiu-se "um
cheiro esquisito" no ar.
Na
Tapada da Ajuda, também em Lisboa, as testemunhas afirmam ter visto um objecto
parado no ar, que, após desaparecer, deixou um "intenso cheiro a enxofre
queimado".
Também
há a registar casos de possíveis interferências eléctricas, relacionadas com o
fenómeno (ou fenómenos) aéreo.
Em
Pegões, o emissor de onda curta da RDP registou às 2,30h um corte de energia
com a duração de 3 minutos.
Em
V. N. Gaia, um automóvel registou uma diminuição na potência das luzes, e o
motor parou.
Em
Viana do Castelo, após a passagem do clarão sobre a cidade, toda a iluminação,
incluindo a da via pública, se extinguiu, ficando tudo às escuras; a EDP e os
Serviços Municipalizados confirmaram o "black-out", que se prolongou
até às 3,46h.
Em
Tancos, foi visto um clarão amarelo-esverdeado emitindo um ruído tipo motor de
combustão, e uma viatura que circulava na altura imobilizou-se por paragem do
motor.
E
ainda mais espetacular: no Estoril, quatro pessoas deslocavam-se num automóvel
quando viram o clarão; nesse momento o veículo "engasgou-se" e os
ocupantes ficaram como que, momentaneamente, paralisados.
Momentos
antes, o rádio do carro registou interferências na emissão (a questão da
"paralisação" referida pelas testemunhas pode ter sido devida apenas
a uma reacção psicossomática provocada pela surpresa e medo do imprevisto, do
desconhecido!).
Quanto
a relatos mais difíceis de explicar, por exemplo, à luz da hipótese meteórica,
são de referir os seguintes: uns militares que se encontravam de serviço na zona
do radar (portanto dentro do perímetro militar), localizado no topo do monte
próximo da Base Aérea nº 2 (Ota), em Montejunto, afirmaram que ouviram, 5
minutos após o aparecimento do clarão, um barulho enorme, e viram surgir
inicialmente no ar o que lhes parecia ser uma ponta de cigarro acesa, que eles
pensaram ir aterrar.
Ao
passar na sua vertical parou ligeiramente e de repente abriu-se uma espécie de
"janela", da qual foi emitido um clarão de forte intensidade que
incidiu sobre eles e meio ambiente circundante (ver imagem abaixo).
No
final da observação, o fenómeno apresentava uma forma charutóide, tendo-se
afastado lentamente do local.
A
terra tremeu suavemente e alguns cães de guarda ficaram aterrorizados, chegando
a fugir.
É
de referir que apesar de estarem junto às instalações do radar, este não se
encontrava operacional. Também o sucedido em Idanha-a-Nova, Castelo Branco,
onde foi observado um objecto muito fino e alto, que esteve parado cerca de 15
minutos, emitiu dois clarões e desapareceu no céu, com uma trajectória
ascendente, não será muito fácil de explicar… Em Paço de Arcos, Lisboa, onde
foram vistas várias "bolas de fogo", que se transformaram depois num
rasto tipo "lágrima", que de repente desceu obliquamente, voltando a
subir para depois desaparecer; na zona de Sete Rios, ainda em Lisboa, os
observadores dizem ter ficado envolvidos por um cone luminoso, em cujo centro
se distinguiam vários pontos luminosos esféricos.
É
de referir que uma testemunha, colocada fora da zona iluminada, conseguiu ver a
origem da fonte luminosa, que estimou situar-se a uma grande altitude.
Claro
que neste caso poderemos equacionar a hipótese da luz ser apenas o forte clarão
e os pontos luminosos poderem ter sido provocados pelo encandeamento;
finalmente, gostaríamos de referir o caso de Costa da Caparica, observado por
inúmeras pessoas junto à praia.
Vejamos
o relato, eloquente, de uma delas, que se encontrava com um grupo de amigos:
"Vi nitidamente, como se fosse de dia, os pequenos grupos de pessoas à
volta das fogueiras pela praia fora.
Eu
diria que a luz não fazia sombras.
Tenho
a sensação que a claridade banhava tudo e todos sem se verificar a projecção de
sombras, como sucede naturalmente.
Voltei
a erguer os olhos e a fixar a atenção no objecto que apresentava claramente uma
forma circular, e que nesse momento já passava por cima de nós ligeiramente à
direita da linha vertical do ponto onde nos encontrávamos (talvez 50 metros à
nossa direita).
A
luz, de um branco cristalino intenso, jorrava de um espaço central da parte
inferior do objecto, mas nada comparado com um feixe de luz concentrada.
Pelo
contrário, não se percebia exactamente de que ponto dessa zona central inferior
do objecto ela era projectada.
O
efeito luminoso nessa área do objecto assemelhava-se mais a uma ténue névoa
simultâneamente brilhante e difusa, não permitindo discernir as formas do
objecto por cima dela.
Entre
a zona do centro, de onde provinha a luz branca, e a área exterior do objecto
circular, brilhavam, com intensidade variável, luzes de cores absolutamente
fantásticas: vermelhos, verdes, azuis, mas com uma claridade diáfana muito
superior à nossa vulgar luz de néon, transmitindo-me uma sensação de profundo
conforto.
Por
momentos senti o desejo e a ilusão de que seria possível voar ou deixar-me
submergir por aqueles brilhos esmeralda, rubis e azuláceos que delimitavam
claramente o perímetro daquela coisa voadora. Por esses momentos, deslocando-se
o quase por cima do ponto onde estávamos, nem eu nem os outros conseguimos
vislumbrar a forma da parte superior do objecto.
Contudo,
à medida que ele se foi afastando e quando cruzou a linha das arribas, para no
instante seguinte desaparecer do nosso raio de visão, era perceptível que não
havia claridade nem nenhuma fonte ou forma de luz no espaço e na área por cima
do objecto.
Este,
sempre emitindo estas luzes, e num absoluto silêncio, foi-se afastando
lentamente da praia, sobrevoou a mata e, mais adiante, passou por cima das
arribas, ponto a partir do qual deixámos de o poder observar, ficando a praia
de novo no negrume da noite, e nós os três, boquiabertos sem conseguir
articular qualquer frase coerente".
De
referir ainda que os radares do aeroporto da Portela e da Força Aérea
Portuguesa registaram ecos-radar desconhecidos.
INVESTIGAÇÃO
/ HIPÓTESES
Desde
logo, a imprensa, a rádio e a TV, fizeram eco destes acontecimentos,
apresentando, estes dois últimos "media", alguns testemunhos em
direto, o que transformou o caso num acontecimento nacional.
A
maioria da imprensa revelou-se sensacionalista na abordagem do fenómeno, não
hesitando em atribuí-lo a manifestações Ovni (embora muito prováveis, como
apontam as conclusões do CEAFI e da PUFOI), sem uma análise criteriosa e
detalhada de todos os relatos.
A
investigação principal foi feita pelo CEAFI (Centro de Estudos Astronómicos e
de Fenómenos Insólitos), com sede no Porto, mas com uma vasta rede de núcleos
espalhados pelo território nacional, apesar de outras associações congéneres
privadas, com menor expressão, terem acompanhado também o caso.
Na
tentativa de encontrar explicação para o conjunto de manifestações aéreas
relatadas, o CEAFI contactou várias entidades, a saber: o Instituto Nacional de
Meteorologia e Geofísica (INMG), o Observatório Nacional da Ajuda (ONA), a NASA
(Agência Espacial Norte Americana) e o NORAD (Comando da Defesa Aérea da
América do Norte).
Relativamente
à hipótese de se ter tratado de uma ou mais reentradas de matéria de origem
meteórica, esta ou estas deveriam corresponder a corpos de apreciáveis dimensões,
dado o tipo de relatos das testemunhas: "Bola de fogo, tipo bólide, rasto
luminoso, etc.". Numa análise superficial, caraterísticas comuns a algo
que, em rota de colisão, entra na nossa atmosfera. Contudo, é importante
referir que o nosso planeta é bombardeado diariamente com cerca de 25 toneladas
de partículas cósmicas, normalmente inferiores a um grão de areia, que se
desfazem ao "tocarem" a nossa atmosfera e por essa razão invisíveis
aos nossos olhos.
Por
ano, a estimativa refere cerca de 30.000 fragmentos com um peso igual ou
superior a 100gr. Destes, aproximadamente 100, possuem um peso igual ou
superior a 10Kg e mesmo assim muito raramente chegam ao solo e nunca apresentam
clarões deslumbrantes e dignos de grande referência. Um meteorito é um fenómeno
comum mas fugaz, que dura escassos segundos.
Recapitulando,
a nossa Terra é bombardeada 24 horas por dia, 365 dias por ano, por milhões de
corpos meteóricos de origem natural, sendo muito raramente atingida por
fragmentos que constituam notícia, por via do seu comportamento espetacular e
isso traria consequências visíveis, o que não foi o caso.
Falou-se
na possibilidade de se tratar do "enxame Delta Aquáridas", cujo pico
se situa nos finais do mês de Julho, entre os dias 28 e 30, mas que em algumas
tabelas se lhes dá um alargamento temporal de cerca de dez dias para a frente e
para trás.
Torna-se
necessário explicar então o seguinte: Por volta de 15 de Julho, o pico de
chuvas de meteoros (a altura em que existem muitas mais), será relativo às
"July Phoenicids" e não às referidas "Delta Aquáridas".
No
entanto, tradicionalmente, esta chuva de meteoros muito raramente é visível.
Pode,
no entanto, ter acontecido um ano excepcionalmente bom em determinado local.
Ainda
sobre 15 de Julho, uma coisa interessante nessa data, é que apanha muitas
chuvas de meteoros ao mesmo tempo, umas delas a começar, outras delas a acabar.
É
óbvio que a começar e a acabar vêem-se muito poucas, fora do pico são noites
normais de ver estrelas cadentes.~
No
entanto, sendo uma data com tantas chuvas de "estrelas a cair",
pode-se pensar que através da propriedade da acumulação, as pessoas podem ver
estrelas cadentes em diferentes posições do céu, podem pensar que é só uma
chuva de estrelas, mas poderá ser o acumular de várias, sendo uma estrela
cadente de uma, outra de outra, outra de outra e assim sucessivamente (*).
Resumindo,
a hipótese meteórica será remotamente possível, e a corroborá-lo, está a
reacção do responsável do Observatório Nacional da Ajuda, que, contactado pelo
CEAFI, diria que provavelmente se trataria de um meteorito, dado que se estava
na época das "Delta Aquáridas".
Se
de facto se tivesse tratado de um fenómeno meteórico (ou de vários) com essa
grandeza e amplitude, seriam essas mesmas entidades a dar a notícia aos
"media", sem necessidade de responderem (descartando-se claramente da
situação), apenas quando solicitados.
Daí
a hipótese meteórica perder grande valor, sem no entanto ser posta de parte.
Por
sua vez, quer a NASA, quer o NORAD, afastam a possibilidade de se tratar de
"lixo" da estação espacial "SKYLAB" (como chegou a ser
aventado), que se desintegrou sobre o Oceano Índico, no dia 11 de Julho,
portanto, quatro dias antes destes fenómenos relatados (ver respectivas cartas
de resposta no final do texto).
Foram
estas as conclusões a que a equipa da "PUFOI" chegou.
(*)
- Nesta análise contribuiu o parecer do Astrónomo Carlos Oliveira, da
Universidade do Texas.
CONCLUSÕES FINAIS
Pode-se
concluir portanto que, num período de tempo bastante alargado, o espaço aéreo
nacional foi sobrevoado por um ou mais artefactos voadores não convencionais e
de característica e comportamento incomuns e claramente artificiais,
percorrendo o território de norte a sul, tendo sido detectado/s por alguns
milhares de pessoas, interferindo directa ou indirectamente (focos de luz
projectada).
É
possível que em simultâneo tivesse sido observado um ou mais meteoritos mas,
como já foi referido, essa situação teria sido irrelevante, face ao evento
descrito.
Gostaríamos
de referir ainda que a "PUFOI", após esta análise procurou saber a
opinião final de cada um dos seus três elementos activos, que para o efeito,
teriam 33%, como valor máximo para classificar o evento em questão.
O
resultado que cada um deu a conhecer individualmente e sem o conhecimento
prévio de cada um dos outros elementos, concluiu, em termos percentuais, que o
caso aponta para os 90% de probabilidade de se ter tratado de fenómenos
aeroespaciais desconhecidos. Os restantes 10% poderão incorporar outras
hipóteses.
Porto,
7 de Abril de 2015
A
PUFOI
Desta
forma queremos aqui mostrar ao povo português que no passado não existiam
balões com luzes led´s!
Estes
fenómenos ainda ocorrem em Portugal embora com menor intensidade.
A
cima um excelente trabalho realizado pelos colegas da PUFOI na época.
Se
observou um OVNI ou tem conhecimento de algo que queira partilhar connosco,
escreva-nos para: ufo_portugal@sapo.pt
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