di Alfredo Lissoni

Recentemente, o personagem anónimo que está a enviar o material, fez
chegar à revista do sector, mais dois documentos. O primeiro é uma nota escrita
à mão, aparentemente com uma caneta da época, no papel timbrado da Câmara dos
Deputados - Tribuna de impressão (um documento semelhante foi entregue a
Pinotti), o segundo é uma carta dactilografada em papel timbrado da
'Agenzia Stefani’.
Este segundo documento refere-se a um "caso Moretti" (talvez
uma testemunha de um UFO) do qual não se podia falar se não com quatro olhos,
por causa da "delicadeza" e da "particularidade" do
acontecimento; em seguida, deixava entender que divulgar, através da imprensa
ou por outros meios, a existência do Gabinete RS/33 ou falar
(presumivelmente) dos avistamentos, seria extremamente perigoso.
No primeiro caso, devido à ‘Agência Stefan’ estar muito controlada, no
segundo, porque depois do Gabinete ter aceite a colaboração de elementos
"germânicos", a mando de Mussolini, que "aspirava à
reciprocidade," foi lançada em toda a questão, uma censura muito forte. A
pessoa que escrevia, que se dirigiu a um Alfredo não identificado, lamentava o
facto de que, até há poucos meses, a Agenzia Stefani recebesse um boletim
'meteorológico' não oficial; e depois, nem isso. E lembrava que lidar com
"certas coisas" podia ser extremamente perigoso, pois que um
"caso semelhante e anterior" de um avistamento OVNI , terminou
no internamento da testemunha num manicómio. O documento mostrava na parte
inferior, a mesma sigla presente nos telegramas de 1933.
Embora esta troca de correspondência seja, muito provavelmente,
autêntica, mas o estilo, a linguagem (ele menciona os alemães com o adjectivo
'Germânicos'), o papel timbrado, que não tem data, mas é rotulado 'Agenzia
Stefani - Roma (7) Via di Propaganda 27'. Verifiquei: e a Agenzia Stefani
romana, tinha efectivamente a sede na Via de Propaganda Fide (nome completo),
27; mas nos documentos da Agência Stefani (segui um documento de 1943 - o
pedido para fuzilar Ciano), a Agência preferia reportar o endereço
'abreviado', 'via di Propaganda, n. 27', como está no ficheiro secreto
fascista.

Em última análise, este documento parecía ser uma comunicação privada
entre dois protagonistas importantes da Agenzia Stefani, um dos quais – o
remetente – estava envolvido desde o início, no encobrimento dos avistamentos
dos OVNIs, e que se lamentava de ter sido excluído, de repente, de todas as
informações, depois da entrada em jogo dos nazis.
Quanto à carta timbrada da Câmara dos Deputados, essa tinha sido escrita
à mão e mostrava os dizeres ‘no copia’ = sem cópia, que também aparecia nos
telegramas de 1933; tinha como cabeçalho – à mão – Gabinetto RS/33’ = Gabinete
RS/33’, (e podía mesmo ser um memorandum para o Gabinete, ou do Gabinete, obra
de um dos seus membros), e relatava o nome de uma testemunha de um OVNI, um
certo Tolmini, que aparece também na correspondencia enviada a Pinotti e que é
qualificado como um dos observadores de OVNIs, de 1936.

Depois apresentava uma lista numerada compreendendo um relatório de
introdução; a leitura de uma ‘mensagem de Sua Excelência; uma ordem do dia; um
“relatório D.S.4/6” (de De Santi?); o relatório de Tolmini; a leitura de outra
mensagem de Sua Excelência; um relatório ao Duce.
Devia tudo ser executado em triplicado e enviado ao arquivo dos actos do
Gabinete, uma cópia para Roma e outra para Milão – sobre este último envio, o
signatário devia estar duvidoso, tendo colocado um ponto de interrogação – as
duas cidades principais envolvidas nas investigações e no encobrimento e donde,
talvez não por coincidência, haviam as duas sedes principais da Agenzia
Stefani.
A exclusão de Milão, e em seguida a exclusão do referido milanês Manlio
Morgani, poderia ser a chave da leitura para a saída precipitada deste
material; Morgagni foi fiel ao Duce até ao fim; quando Mussolini foi preso,
Morgagni suicidou-se disparando na têmpora. Talvez hoje alguém tenha a intenção
de reabilitar, indirectamente a sua memória, divulgando o material escondido
nos arquivos “perdidos” da Agência Stefani.
Tradutora: Maria Luisa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
Webpage: http://peacelovelove.blogspot.pt/
No comments:
Post a Comment