de Alfredo Lissoni
1.Entrevistado sobre os Ficheiros Secretos de Mussolini. o Dr. Andrea Bedetti, jornalista do STOP e
especialista de História fascista e História nazi, disse: "Com base nos primeiros documentos
divulgados (le veline (1) = as cartas de 1933, Nota do Autor) a primeira impressão
foi a de uma "notícia falsa". No entanto, não posso, descartar a
existência real de um Gabinete RS/33. Consultei a História do Fascismo, de
Felice, a fonte mais completa e confiável, e não encontrei nenhum vestígio de De
Santi; isso não significa que não existissem. De facto, os serviços secretos
escolheram considerar os elementos mais anónimos e mais manobráveis.
2 Como a OVRA, a Organização para a Vigilância e Repressão Anti-fascista,
ou o Serviço Secreto fascista, tinha dezenas de células distintas que agiam
sobre temas específicos (poderia, portanto, haver uma célula para as aeronaves não identificadas). As pessoas desses serviços eram verdadeiramente muito inteligentes; referiam-se a Mussolini mas
somente em parte; quem detinha todo o poder era o chefe da OVRA, Bocchini, que tinha mesmo sob
controlo, o telefone do Duce.
3. A OVRA trabalhou de forma muito eficaz. No caso do alegado Gabinete a
documentação que, segundo os documentos, era encaminhada para Mussolini,
poderia certamente ser desviada primeiro, para o chefe da OVRA, que decidia o
que filtrar. Quanto ao período, foi o melhor para encobrir eventos deste tipo.
O espaço de tempo entre 1933 e 1940 presenciou o consentimento máximo ao
fascismo; era a época em que o Duce tinha um poder absoluto.
4 Além disso, naqueles anos - e até à guerra - a Itália estava na vanguarda da aviação; já após a Primeira Guerra Mundial os quadros da aviação americana estavam em Itália para treinar na escola de
Italo Balbo (Nota do Autor: citado nos Arquivos dos Ficheiros Secretos
fascistas). De facto, não me surpreende, mas acho plausível, a existência de um
gabinete que estudasse as 'aeronaves' estranhas, não com a intenção típica de
um centro ufológico, mas para perceber se eles eram estranhos, para descobrir
como funcionavam aquelas máquinas voadoras. Deste modo, a Itália tinha a primazia absoluta
do espaço aéreo e, de facto, o nascimento de um Gabinete não era
ilógico.
5. Sobre as cartas e telegramas de 1933, a maneira de escrever, o
vocabulário, a abordagem burocrática são da época; qualquer falsificador, dominava
então o nível léxico e linguístico desse período. Sobre as referências aos
regulamentos emitidos em papel timbrado do Senado, e à nota de que um senador não
tinha poder e, portanto, não comandava o Gabinete RS/33, é verdade que, durante
o fascismo, o poder executivo estava todo nas mãos do governo, mas é preciso
distinguir entre os senadores "monarquistas" e os senadores fascistas
da primeira hora; estes últimos, os ‘fidelissimos', sim, tinham um poder enorme.
6 Não comandavam os prefeitos, como se pode imaginar a partir da 'nota
pessoal secreta', mas, no entanto, podiam "convidar" para executar
determinadas disposições, o que equivalia a uma ordem. Sobre o Gabinete RS/33, a correspondência diz que era o Duce que fornecia
as indicações e que, portanto, comandava os prefeitos. Portanto, o eventual
senador da carta timbrada podia tirar vantagem disso.
O Gabinete referia Mussolini e, diz-se que depois da guerra, toda a
documentação foi destruída. A documentção oficial, presumo, porque tudo o que o
chefe da OVRA reservou e não foi necessariamente enviado para o Duce, estava
noutro lugar, e provavelmente os serviços secretos estrangeiros nunca
revelaram a existência de tal Gabinete, não podemos excluir que ainda não o
fizeram porque não tinham conhecimento (porque o 'Gabinete RS/33 não existia'),
mas porque esses também trabalhavam em encobrimento. Em última análise, não
posso excluir que o cenário descrito nestes documentos podia existir apenas nos
termos especificados por eles ... "
Sobre a assinatura aposta nos documentos, o especialista em caligrafia do Tribunal
de Catanzaro, o Dr. Giuseppe Cosco certificou tratar-se da mesma mão; quanto aos
documentos originais enviados para Pinotti (sobre a perseguição de um UFO em
1936 em Veneza e Mestre, clique em 1, 2, 3, 4), o perito do Tribunal de Como. Dr.
Garavaglia certificou que eram "exactamente desse ano," que são autênticos e da época.
Nota da Tradutora: (1) - le veline = Velina (durante il fascismo) = foglio di carta
in cui era spiegato ai giornalisti cosa dire nel dare una notizia.
La carta velina è una carta molto sottile, quasi trasparente, e credo si usasse qualcosa di molto simile per scrivere quelle notizie.
La carta velina è una carta molto sottile, quasi trasparente, e credo si usasse qualcosa di molto simile per scrivere quelle notizie.
Velina (durante o fascismo) era uma folha de papel em
que era explicado aos jornalistas o que deviam dizer ao dar uma notícia. O
papel velina é muito muito subtil, quase transparente e creio que se usasse
qualquer coisa muito semelhante para escrever essas notícias.
Tradutora: Maria Luisa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
Webpage: http://peacelovelove.blogspot.pt/
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