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Monday, September 15, 2014

ARQUIVO HISTÓRICO DE UFOLOGIA -- O DISCO FASCISTA ENCONTRADO – Parte 1 + Parte 2

Mudança fundamental nas pesquisas

de Alfredo Lissoni 






Três dos dezassete desenhos
de discos voadores que foram
encontrados em Maderno,
nas margens do  Guarda, no sótão de um cientista.

A pesquisa sobre os Ficheiros Secretos de Mussolini está a ser efectuada e a cada dia, novas provas confirmam a autenticidade dos documentos, delineando também um quadro cada vez mais abrangente e intrigante, composto por encobrimentos, acções de guerrilha e tramas tecidas para silenciar uma verdade inconveniente.

Hoje, os meios de comunicação mediática, brutalmente censurados na década de trinta, embrenharam-se numa vingança "moral", dando amplo destaque a este amarelo do Ventennio(período fascista): os documentos fascistas foram mostrados pelo nosso Roberto Pinotti no Speciale Tg1,  que foi para o ar no sábado, dia 30 de Setembro e inteiramente dedicado aos UFOs/OVNIs, durante o qual, entre outras coisas, a Força Aérea abriu a sua pasta de documentos. E a rubrica Tentazioni de "Il Giorno"  dedicou uma página inteira aos arquivos fascistas,  no dia 7 de Setembro do ano passado, com uma investigação detalhada do jornalista Gabriele Moroni.

O UFO NASCIDO EM  VERGIATE


Por minha indicação, foi "Il Giorno", o primeiro a levantar a hipótese, de que o disco voador recuperado pelos fascistas na madrugada de 13 de Junho de 1933, tivesse sido escondido nos edifícios da usina SIAI Marchetti,( SIAI-Marchetti era uma empresa italiana fabricante de aviôes e/ou de aviação.) de Vergiate ou Sesto Calende, duas localidades vizinhas, na província de Varese.



Está junto à identificação do lugar, graças a uma série de elementos que se encaixam. Em primeiro lugar, a zona da aterragem devia ser em Milão, ou na Lombardia; demonstrava-o o facto de que as cartas da Agência Stefani que relatavam a recuperação, partiram da Central Telegráfica de Milão e não, por exemplo, de Roma, ou de uma sede jornalística periférica; Vergiate está localizada na província de Varese; a cinco minutos de carro, está Sesto Calende, o rio Ticino, na fronteira com  Novara.

Em Sexto Calende e Vergiate (e na cidade vizinha de S. Anna), a fábrica da SIAI Marchetti tinha os edifícios onde foram fabricados os aviões militares. Em Sexto estavam os escritórios dos executivos, em Vergiate, os edifícios, em St. Anna, as instalações que mais tarde irão albergar  a Decima Mas.( http://pt.wikipedia.org/wiki/Decima_Flottiglia_MAS   Em Sesto Calende e Vergiate eram da casa, Italo Balbo(http://pt.wikipedia.org/wiki/Italo_Balbo) e Filippo Eredia(http://it.wikipedia.org/wiki/Filippo_Eredia), o seu braço direito. Soubemos pelos documentos fascistas, que Balbo foi um dos expoentes máximos do Gabinete RS/33 (e esteve em estreito contacto com Marconi, como foi evidenciado num artigo do "The Evening," de 7/15/33, sobre alguns telegramas amigáveis ​​entre estas duas personagens ).

A História oficial diz-nos que "era habitual Balbo partir para as suas expedições de aviação, a partir de Sesto Calende" (ainda mais preciso: a partir da pista de aterragem Vergiate). Filippo Eredia, chefe do Instituto de Meteorologia do Estado (fornecia a Balbo as condições meteorológicas para os vôos transoceânicos) estava em casa, nas fábricas da Marchetti (há fotos que o retratam em St. Anna).

Depois da guerra, este último  tornou-se, curiosamente, um dos cépticos mais firmes do Gabinete, sobre o fenómeno UFO. Ainda assim, outras indicações dirigiram a minha atenção para a área de Varese. Em primeiro lugar, o facto de que, após a recuperação do disco, ter sido apenas um jornal de Varese, o "Cronaca Prealpina," de 20 de Junho, a dar a notícia com destaque,  da existência de formas de vida em Marte, em contacto com os homens da Terra; em segundo lugar, o facto de que, nos anos imediatamente a seguir ao pós-guerra, continuasse a circular na área, o rumor que Vergiate tivesse albergado discos voadores da Terra.

Pesquisei pessoalmente, o caso de Tradate di Varese. Em 1950, o operário Bruno Facchini, de  Abbiate Guazzone,  deparou com um disco voador caído no chão de uma floresta, e com os seus ocupantes. Ao recordar-se dessa experiência, Facchini referia sempre os efeitos sobre o abdómen (choques eléctricos) provocados por um feixe de luz disparado pelos extraterrestres; também conservou fragmentos do disco voador, deixados em terra pelos extraterrestres, com a intenção de efectuar  um trabalho de soldagem no disco.


O que poucos sabem é que, quando Facchini tropeçou no disco, pensei imediatamente que era um protótipo americano guardado em Vergiate. Realmente os americanos, que durante a guerra bombardearam nove vezes a fábrica Marchetti, de Vergiate, tentando destruir algo a todo custo, pouparam Sesto Calende, se bem que estivesse ao lado de uma estratégica ponte de ferro sobre o Ticino.

Talvez os americanos tivessem tido conhecimento do facto de que, nos escritórios da Marchetti, houvesse documentos preciosos e decidiram poupar Sesto. E depois da guerra terminar, nos anos cinquenta, a Força Aérea dos Estados Unidos apressou-se a apoderar-se dos que estavam nos edifícios, em Vergiate, transformados, improvisadamente, em hangares de manutenção dos aviões americanos.


Ainda havia outros elementos que me levaram a investigar nessa direcção. Deve dizer-se que, nos últimos meses, diversas teorias sobre os arquivos fascistas foram transmitidas em várias publicações; em parte, diziam respito à queda (embora nos documentos se falasse apenas em aterragem) do disco voador de 1933; foi adiantada a hipótese de uma falha causada por um raio, claramente inspirada no acidente de Roswell. Desde o início da minha investigação foi suficiente verificar o boletim meteorológico do Observatório de Brera, de Milão, para excluir esta hipótese: naquele dia o céu estava parcialmente coberto, ocasionalmente chuvoso. Não havia grandes tempestades.

Mas precisamente por esta razão, saltava imediatamente aos olhos,  como uma mentira mal orquestrada, a notícia de que um raio misterioso de luz, tinha caído durante a noite, no "estradão entre Novara e Magenta" e que era um raio banal. A única publicação que ousou relatar as notícias (com algum atraso), foi o ‘Domenica del Corriere’, de 9 de Julho; relatava de forma muito sucinta que cinco operários, um dos quais gravemente ferido, foi atingido ... por um único relâmpago!

Não podia escapar à ligação com o documento Senatorial do Gabinete RS/33, que impunha divulgar o "fenómeno" em consonância com uma explicação astronómica. Nunca escrevi antes dessa descoberta, porque queria ter a certeza (afinal, nos dias imediatamente anteriores ou posteriores à aterragem do UFO, houve várias quedas de raios, completamente convencionais).

O CASO MORETTI


Apenas há alguns meses, pude ter finalmente, a prova definitiva do que estava a procurar há muito tempo. Um amigo militar tinha-me dado um mapa da Força Aérea americana, que indicava a deslocação táctica dos principais aeroportos italianos nos anos quarenta. No norte da Itália, a maior concentração estava mesmo à volta  de Milão.

Era evidente que qualquer dispositivo recuperado na área, teria sido escondido num hangar  de aviação de confiança mais próximo. Vergiate estava intimamente ligado ao Gabinetto RS/33. E não só. Graças a uma ajuda inestimável, pude descobrir que no executivo de Sesto Calende, trabalhava um funcionário de nome de Aldo Moretti.

Lembrem-se do misterioso "caso Moretti", de quem a correspondência fascista dizia que "não se podia falar se não com quatro olhos dada a delicadeza e a particularidade da história"? Moretti vinha citado numa carta da Agência Stefani,  endereçada a um misterioso Alfredo (pensei que poderia ser um colunista do "Ano XIII"). "Se me pedir um conselho, aqui está: não conte a ninguém, repito a ninguém, e isso inclui os parentes mais próximos, como viu," aconselhava a carta.

Um Moretti está entre os funcionários da SIAI Marchetti. O seu nome é mencionado num boletim satírico do clube dos operários da SIAI Marchetti Zic (1). É referido como " oficial da D.O.", provavelmente de Gestão de Operações. O que fez o Moretti para se tornar um sem nome? Lançou fogo ao hangar que mantinha o disco voador (ou o que restava dele)!

Nos arquivos dos republicanos o funcionário diligente e fiel foi subitamente designado como um partidário perigoso; no entanto, a correspondência que lhe dizia respeito foi deliberadamente esfumada, quase como se estivessem a tentar apagar para sempre a sua identidade (como aconselhavam as cartas da Agência Stefani). A citação precisa e exacta nos documentos da Guarda Nacional Republicana de Varese, sobre "alguns elementos que entraram na clandestinidade, de certo certo Moretti e Tiferi, de Sesto Calende".


A conversão de Moretti deve ter ocorrido após 1940. Até 6 de Setembro daquele ano, Aldo Moretti ainda era um líder respeitado do regime; parece estar ligada ao facto de que, em 1940 o Gabinete RS/33 terminou as investigações sobre os OVNIs e passou toda a documentação para os nazis. Três anos depois, Moretti decidiu  rebelar-se.

O incêncio na arrecadação da SIAI, de Vergiate,  data de 17 de Março de 1943.  Quanto dano causou aquele incêndio criminoso, não foi dado conhecer. Não está mencionado na correspondência do RS/33, quanta documentação (ou aos achados), as mãos gananciosas dos nazis deixaram depois de 1940. Portanto, não podemos determinar se no momento do incêndio, em Vergiate,  ainda estava o disco, ou meros fragmentos do UFO, ou, simplesmente correspondência secreta, fotografias e desenhos da aeronave.

Provavelmente, este material  foi destruído para sempre, embora haja uma esperança de que possa haver uma cópia. Um dos nossos colaboradores recorda-se de uma exposição do pós-guerra de desenhos feitos (antes de 1947), por "doentes mentais", em Itália. Entre muitos esboços bizarros, alguns mostravam claramente um corte transversal de um disco voador, desenhado por um louco antes das pessoas começarem a falar de UFOs.  Ter-lhe-iam recordado o personagem misterioso, mencionado na correspondência fascista como "o caso análogo terminou com o internamento num manicómio”?

O TRIÂNGULO DE TICINO


Identificar os lugares do primeiro cover up UFO da idade contemporânea, na zona de Sesto e de Vergiate, induz a algumas reflexões. Em primeiro lugar, Sesto Calende encontra-se junto ao Ticino.

E os nossos leitores sabem que, desde tempos imemoriais o "triângulo" que vai de Ticino para Novara e que compreende a ponta de Varese, é uma zona de actividade Ufuológica intensíssima.  O arquivo confidêncial a este respeito é muito volumoso. É apenas uma coincidência? Ou há uma ligação com os acontecimentos de 13 de Junho de 1933? Uma teoria semelhante foi proposta por Hessdalen; mesmo assim, as aparições de OVNIs, repetidas e continuadas, têm sido explicadas por alguns  como um acidente alienígena. Estamos no campo da especulação; mas sabemos que nos dias seguintes à recuperação, a vida dos funcionários das localidades envolvidas, de repente, ficou perturbada.

Os dirigentes da Macchi, em Varese, a outra empresa que construía aviões militares juntamente com a Marchetti, foram transferidos e substituídos pelo engenheiro Paolo Foresio, um fidelíssimo que vinha da  Genio Navale (2); em Milão, o superintendente Pietro Bruno foi afastado e substituído pelo superintendente de Trieste, Gaetano Laino; no dia 26, "na presença de Sua Excelência o Prefeito, gr. dept. Fornaciari," o Secretário Federal do agrupamento fascista, Erminio Brusa (que evidentemente sabia demais), foi transferido e substituído "pelo novo secretário federal, Rino Parenti (3)." E não só.

Provavelmente, a milícia fascista tinha pesquisado a pente fino, toda a área do acontecimento; não se explicava de outra forma, a mobilização repentina de partidários de Cuggiono (VA), de Como e Brianza. Procuravam alguma coisa? Ou escondiam alguma coisa? O facto é que a imprensa da época relata que, em 17 de Junho, foram alertados “os Comandantes do Fascio, os Chefes Centurie e os ajudantes da segunda Juventude Fascista de Combate ", na cidade de Cuggiono, que, por coincidência,  estava entre Varese e Milão; e tinha sido alertada, a sede do Fascista de Carate, em Brianza (4); a mobilização estendia-se até Como, onde se  aprontava uma reunião impressionante de camisas negras, em 23 de Junho (5).

No entanto, poucos dias após a aterragem do UFO, surgia, inesperadamente, em Milão, a Rainha (6). De repente, a versão oficial dada pela imprensa foi que significava, simplesmente, visitar o Hospital Maggiore, em Milão. Talvez para encontrar os cinco viandantes feridos pela queda do disco voador?

À luz destes novos elementos, assume um significado significado diferente, o bombardeio mediático incessante com o qual o Regime procurou, através da imprensa, persuadir e convencer-se de que a sua Força Aérea ainda era a melhor do mundo. Isso aconteceu mesmo nas revistas femininas, geralmente interessadas em muitos outros temas; mesmo aí, a lavagem cerebral era contínua, da "Eva"  à mui católica "Alba" (que em 16 de Julho de 1933, dedicava a sua capa  às "Asas de Itália") e à revista "Ela" (com um artigo sobre as "aviadoras").

O regime temia claramente uma perda de autoridade (7), tanto assim que o próprio Mussolini teve de reiterar, na primeira página das colunas do jornal fidelíssimo "La Sera", alguns dias após a aterragem, que o Estado fascista não era apenas "um vigilante noturno que se ocupava da segurança pessoal dos cidadãos ... "(8). No entanto, nas primeiras horas da madrugada, a polícia secreta fascista tinha trabalhado como um guarda noturno, e não para a segurança dos cidadãos, mas para a proteção das suas instituições.

DOCUMENTOS QUE DESAPARECERAM  


Infelizmente, trabalharam bem. A caça aos documentos é uma tarefa desesperada. Em primeiro lugar, esta pesquisa é uma corrida contra o tempo; as poucas testemunhas que se lembram de algo, estão a desaparecer lentamente (e, recentemente, o soldado italiano que trabalhou com os serviços secretos  britânicos no estudo das fotos dos foo-fighters, morreu aos 73 anos de cancer no pâncreas).

Ainda é mais dramática a pesquisa dos memoriais dos membros do Gabinete RS/33. Não se sabe se  Mussolini falou da Comissão UFO aos seus colegas de trabalho mais próximos, ou às pessoas que estavam perto nos últimos momentos de vida. A lógica seria excluí-lo; em qualquer caso, o passar do tempo não nos favorece: no verão passado morreu Monsenhor Salvatore Capula, pastor da Madalena, em Cagliari, durante 60 anos, a pessoa que recebeu as últimas confissões do Duce (9), e que  tinha à sua guarda, alguns diários misteriosos, cuja existência, no entanto, continuou a negar.


E morreu em Brescia, em 1996, o único partidário que podia saber alguma coisa, o Professor Aldo Gamba, de Gargnano (BS), que, após a libertação, foi o responsável pela polícia militar do norte da Itália. Jornalistas de todo o mundo vieram a Gargnano para entrevistá-lo sobre as caixas secretas que Mussolini tentou resgatar antes de ser fuzilado. E ele respondeu: "Não vou dizer nada a ninguém sobre a utilização e o fim daquelas caixas."

Mas quando estava com os amigos, tocava muitas vezes no tema. "Em 29 de Abril de 1945", disse ele, "como chefe da polícia militar fiz sequestrar uma das caixas com os arquivos secretos de Mussolini e enviei-a às autoridades do Estado Republicano nascente." Talvez tenha sido graças a isso que foi possível descobrir - como já escrevemos na edição de Março do "UFO notiziario" – que a República Social Italiana teve o seu próprio Gabinetto RS (de que fala o céptico Marcello Coppetti, no livro "UFO arma secreta") .

"Havia quatro caixas que continham documentos e registos do secretário de Mussolini", confessava Gamba. "Dois foram afundados no lago de Garda. Para obter um mergulho seguro e rápido, tinham sido adicionadas pedras grandes. No dia 18 de Abril, em Gargnano, as outras duas foram carregadas num camião com outro material da secretaria. No mesmo dia, à tarde, até Mussolini abandonou Gargnano.

As duas caixas foram abandonades na Prefeitura de Milão, onde se desenrolou o último e breve Conselho de Ministros. Em 29 de Abril,  consegui recuperar apenas uma dessas duas caixas. A segunda tinha desaparecido. Um amarelo. Algo teria sido presumivelmente levado do secretário do Duce (10). "" Mas ", informa o historiador Federico Pelizzari", devemos também ter em mente que na noite de 26 de Abril, a Comissão Nacional de Libertação havia ocupado a prefeitura de Milão, no Corso Monforte, onde, no dia 27 se tinha instalado Riccardo Lombardi, prefeito da Libertação.

Com ele, chegaram os partidários, patriotas improvisados ​​e funcionários aduaneiros, que saquearam as caixas de zinco abertas (11). "As verdadeiras cartas do Gabinete RS/33 acabaram, assim,  nas mãos de um partidário?" Abandonados no chão ", diz Pelizzari," foram encontrados documentos de Mussolini dos anos '21, '25, '27, '36, '40. Da outra caixa, nem sombra. Aldo Gamba assumiu que o material tinha ido para as mãos dos serviços de secretos americanos e soviéticos. "Será uma coincidência que só depois da guerra é que os americanos e os russos começaram a construir aeronaves em forma de disco (o Avro-car dos Estados Unidos, e o Galonska russo)?

"Finalmente", conclui Pelizzari, "a caixa que tinha sido recuperada desapareceu durante a transferência para a Roma., Mas, no entanto, não continha revelações históricas perturbadoras, apenas um pot-pourri de documentos públicos, os relatórios sobre o Conselho de Ministros, documentos, sobre biografias fascistas... ".
Foto
Em 13 de Agosto do ano passado, também morreu Franco Campetti, o artesão que tinha recebido a ordem dos fascistas, para construir as famosas caixas. Foi ele quem, em 1993, negou publicamente que as caixas encontradas nas profundezas do Lago Gargnano (abertas com grande pompa e circunstância, na presença de Alessandra Mussolini) eram as que continham os documentos mais secretos do Duce (12).

Essas caixas não devem ser confundidas com o ouro de Dongo, que de acordo com o semanário suíço "L'Hebdo", teriam sido escondidas não muito longe do lago de Genebra, e não teriam caído nas mãos dos partidários que fuzilaram o Duce (13). As caixas de Dongo continham o ouro roubado pelos fascistas à população, e deviam servir para o nascimento de um pequeno feudo mussoliniano, na Suíça, na Espanha ou na América; as caixas de Gargnano guardavam os processos top secret dos Fascistas. Também era fácil que fossem os arquivos OVNI (tenho uma teoria muito precisa sobre como Mister X pode meter as mãos nos documentos originais, que espero confirmar em breve ...).

A descrição acima é o que nos diz a notícia. Das fontes oficiais, não há maneira de ter qualquer resposta (embora os arquivos fascistas devessem  estar  armazenados no Ministério das Relações Exteriores); no entanto, isso não é novidade: por exemplo, a correspondência entre Winston Churchill e Mussolini foi procurada em vão no Palácio Chigi, e não há qualquer vestígio de sua passagem nos arquivos confidenciais da Presidência do Conselho, na época dos governos de Gasperi (14).


Também nada se sabe da frente da resistência. No Gabinete RS/33 não há qualquer vestígio dos arquivos da Associação Nacional da Resistência Partisan (15) e a Fundação Marconi, em Bolonha, nem  responde. Qualquer outro documento secreto terá escapado à censura? Mistério. Villa Feltrinelli, a casa  de Gargnano, onde Mussolini governou a República Social, e onde podem ter sido ocultados outros documentos, de repente foi comprada por um magnata, coincidentemente americano ... (16).

Parte 2

O SETI FASCISTA


Foi relativamente mais fácil investigar os membros do Gabinete RS/33. Surgiram convicções loucas! Em 1973, na sala de Caxton Hall, em Londres, o astrónomo escocês, Duncan Lunan, apresentava aos colegas, um diagrama de ecos de rádio (LDE) captados em 1928, pelo Professor C. Stoermer, da Noruega.

Os ecos eram, segundo Lunan (e de acordo com o astrónomo Bracewell, que os tinha estudado em 1960), frequências de rádio terrestres que tinham sido captadas por extraterrestres e enviadas de volta à Terra com um conjunto claro de pausa ('delay'), como sendo uma mensagem inteligente, um pouco como no filme" Contacto ".

Segundo Lunan os ecos eram devolvidos à Terra por uma sonda extraterrestre que tinha partido há 13 mil anos, a partir de Epsilon, na constelação Bootes. Além da bondade destas conclusões, o que me maravilhou foi descobrir que Marconi - o chefe do Gabinete RS/33 e firme crente na existência de comunicações extraterrestres - estivesse absolutamente ao corrente da existência dessas mensagens de rádio! Isso explicaria o motivo de ter sido nomeado para liderar o Gabinete RS/33; e explicava o facto de que, juntamente com outro membro da equipa fascista, Giancarlo Vallauri, estudasse o radar para interceptar os intrusos do espaço (17)!

E irá esclarecer-se o papel do projectista, Gaetano Arturo Crocco, outro membro do Gabinete RS/33, o primeiro na Itália a estudar, desde 1906, a auto-rotação - por hélice – das naves aéreas. Quem melhor do que ele podia compreender o funcionamento de um disco voador?

Sobre Crocco,  o jornalista aeronáutico Falessi César, que foi o seu grande amigo, confirmou-me a obsessão súbita pelas viagens espaciais. Esta afirmação também está documentada pelo estudioso Franco Fiorio:

"O grande cientista italiano e pioneiro astronáutico Crocco demostrou, no final de 1950 como, mediante o uso mais eficiente da energia da fusão nuclear, é possível alcançar velocidades próximas da luz e como isto permite cruzar, dentro dos limites da vida humana, os confins do nosso sistema solar, a distâncias equivalentes a 34 anos-luz, contendo cerca de 480 estrelas fixas da classe do nosso Sol, cada uma das quais representa um sistema solar composto de muitos planetas independentes e de características variadas (18). "


Quanto a Marconi, ele citou os ecos de Stoermer num artigo enviado à Academia Real de Itália (do qual fizeram parte os membros do Gabinete RS/33) e que foi lido em Trento, em 07 de Setembro de 1930. "Em 1928", declarou o físico ", o prof. Stoermer de Oslo anunciou que tinha sido capaz de confirmar as observações feitas pelo engenheiro Hals, sobre a existência de ecos de rádio recebidos vários segundos após a transmissão de cada sinal.

Como a velocidade das ondas elétricas é aproximadamente  300.000 km por segundo, é necessário supor que as ondas façam com que o eco percorra, em certos casos, centenas de milhares de quilómetros. De facto, durante uma conferência realizada em Edimburgo, em Fevereiro deste ano, o prof. Stoermer expressou dúvidas de que algumas ondas aplicadas nas várias transmissões, fossem reflectidas a partir da órbita da lua (19).” Por coincidência, o próprio Crocco insistia que se devia colonizar o nosso satélite. O Majestic 12 fascista estava convencido de que havia alguém na Lua?

Bibliografia:

G. Ciano - Diario di Ciano, Rizzoli, Milano 1963.
C. Falessi - Balbo aviatore, Mondadori, Milano 1983.
F. Fiorio - L’aviazione moderna e il suo futuro spaziale, Vallardi, Milano 1967.
L. Garibaldi - I diari top-secret di Claretta Petacci, in "Storia illustrata" 10/99.
R. Zangrandi - Il lungo viaggio attraverso il fascismo, Feltrinelli, Milano 1962.
R. Pinotti - UFO scacchiere Italia, Mondadori Milano 1992.
U.Guspini - L'orecchio del regime, le intercettazioni telefoniche al tempo del fascismo, Mursia, Milano 1973.
A.Spinosa - Mussolini, il fascino di un dittatore, Mondadori, Milano 1989.
A.Lepre - Mussolini l’italiano, Mondadori, Milano 1995.
B.Gatta - Mussolini, Rusconi, Milano 1988.
La Petacci spiava Mussolini per la Gestapo, in Giorno 12-12-99.
Assedio UFO, Assedio UFO, SIAD Milano 1978
R.Vesco - Intercettateli senza sparare, Mursia Milano 1968.
Gazzettino del lunedì 29-5-69.
R.Lusar - Die Deutschen Waffen und Geheimwaffen des 2.Weltkrieges und ihre Weiterentwicklung, J.F.Lehmanns Verlag Monaco 1965; German secret weapons of the Second World War, Neville Spearman Londra 1959.
H.P.Dabrowski - The Horten flying wing, Schiffer, USA 1991.
E.Maloney - Northrop flying wings, WWII publications, Corona del Mar 1980.
G. Calligaris - La televisione degli astri, Vannini, Brescia 1942.
M.Coppetti - UFO arma segreta, Mediterranee, Roma 1978.
M. Franzinelli - I tentacoli dell’O.V.R.A., Bollati Boringhieri, Torino 1999.
A. Lissoni - GLI UFO e la CIA, Play-PC, Jesi 1996.
U. Maraldi - Dal centro della Terra alla stratosfera, Bompiani, Milano 1943.
M.C. Marconi - Mio marito Guglielmo, Rizzoli, Milano 1995.
D. Marconi Paresce - Marconi, mio padre, Frassinelli, Milano 1993.
A.Petacco - Le lettere del Duce?, in Giorno 23-12-99.

A. Ribera - Ummo, la increible verdad, Plaza e Janes, Barcellona 1984.

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Tradutora: Maria Luisa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com

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