Tuesday, August 19, 2014

Arquivo Histórico de Ufologia -- A ORDEM DO DUCE: RECUPERAR O DISCO VOADOR

de Alfredo Lissoni 

 Os telegramas de 1933 foram enviados provavelmente por ordem do mesmo Morgagni (do qual o Sr. X talvez seja compatriota) pela sede da Agência Stefani, de Milão, localizada no histórico Palácio Arese, na Avenida Venezia, onde havia o Departamento Central de Serviços Comerciais e Financeiros e o 'Centro de Recepção do Material Telefonado (sic) pelos Correspondentes".

Os três despachos davam disposições para os jornais italianos  minimizar o evento UFO/OVNI, e de facto, não encontramos na imprensa da época que consultamos na biblioteca (Corriere della Sera, Popolo d'Italia), qualquer notícia. No entanto, não temos encontrado nenhum rasto de " notícias astronómicas e atmosféricas", que deviam  ter sido transmitidas para racionalizar o episódio.

No primeiro momento, pensei que fosse uma contradição que permitia a hipótese de que os documentos fossem falsos, até que um especialista de História, Dr. Pietro Basile, me confirmou que, em plena ditadura, não era necessário publicar desmentidos na imprensa (como teria acontecido em vez disso, muitos anos depois, com o redimensinamento do caso Roswell, que ocorreu num regime democrático): em pleno fascismo as notícias 'desconfortáveis' não eram publicadas e basta.

Em seguida, recuperei muitos telegramas censurados, relativos a outros temas, que me confirmaram como na época, bastava uma simples ordem para esconder qualquer notícia. Mas, naqueles dias, realmente algo tinha acontecido.

Nessa noite, logo após a aterragem, todos os prefeitos de Milão e da Liguria tinham sido deslocados ou substituídos ("Movimento dos prefeitos", era a manchete do Corriere della Sera de 15-06-33); em Milão, a cidade  de onde tinham partido os despachos da Agência Stefani, referentes ao episódio do OVNI, foi "nomeado de repente, o novo prefeito, o superintendente de Milão."


Será que essa mudança repentina e inexplicável das cúpulas, terá sido motivada pela necessidade de garantir o apoio de homens de confiança ao recém-constituído Gabinete RS/33? É possível.

E que existisse mesmo um plano tosco de emergência destinado a sensibilizar a opinião pública da Lombardia (em cuja território talvez tivesse caído o objecto; os telegramas de facto partirm de Milão), parece ser demonstrado por uma publicação enfática cinco dias depois, na 'Cronaca Prealpina', de Varese, da notícia de um contacto com os alienígenas!

Com um artigo  de 20 anos de antecedência sobre contacto, o diário discursava, em três colunas, sobre uma "hipótese de vida dos habitantes de Marte." Não se tratava certamente de uma peça de Ufologia, visto que os OVNIs na época ainda não existiam; em vez disso, era uma entrevista muito séria sobre um contactado antes do tempo, um certo Dr. Robinson, de Londres, que dizia que se comunicava telepaticamente há anos com os extraterrestres, sobre os quais fornecia um número infinito de detalhes.

Além dos devaneios publicados, a peça atrasou claramente a tentativa (certamente imposta pelo regime, tendo em conta as verificações a que então, eram submetidos os jornais) de transmitir a idéia dos extraterrestres à população; lamentava-se o facto que "a exploração do céu tivesse ampliado o progresso da astronomia nos últimos tempos e que eram revelações tão sensacionais, que agora o público tendia a esquecer um pequeno problema que tinha apaixonado multidões durante muitos anos, o de uma ligação nossa com  o planeta Marte. "

Não parece que tudo isso tivesse sido por acaso; em vez disso, parecia que se assistia a um dos métodos modernos de "formação" e de preparação das massas, na expectativa de um possível contacto alienígena (na época ninguém poderia ter previsto que OVNIs continuariam a comportar-se tão furtivamente, durante muitos anos).




Sobre os despachos da Agência Stefani, posso dizer que um jornalista me confirmou a existência, nos anos trinta, de telegramas intitulados ‘Agência Stefani' e de configuração e composição semelhante a esses arquivos fascistas; também o cálculo fascista sobre os mesmos é coerente com a redatação mussoliniana (XIº ano da era fascista).

Sobre a carta senatorial, é de dois tipos, um com caracteres de impressão com 'Obrigado' (enfeites nos templos), a outra com a 'Fonte' simples; ambos os cabeçalhos estavam em uso naqueles anos, como pude comprovar com outros tipos de documentos confidenciais, datados de 1933, depositados no Museo del Risorgimento, em Milão.

 Por fim, os caracteres da máquina de escrever utilizadas para a carta e para a "nota", provavelmente uma Olivetti, são dessa época; em parte são negros e em parte, vermelhos. Era evidente que a máquina estava com defeito e a fita colorida, já em uso na década de trinta, bloqueava a  meio.




Tradutora: Maria Luisa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com



 

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