Crónica
Pouca gente conhece, ou se deu sequer ao
trabalho de ler os vários estudos feitos sobre o fenómeno ovni, no entanto, uma
grande parte das pessoas tem uma opinião negativa e de descrença.
Texto de Francisco Mourão Corrêa •
12/03/2015 - 15:04
O ser humano tem uma tendência inegável
para a arrogância, bem espelhada em diversas reacções do dia-a-dia, seja porque
"eu sou o melhor...", "a minha equipa de futebol é a
melhor...", "a minha religião é a verdadeira...", entre muitos
outros exemplos que todos conhecemos.
Mas se quisermos acreditar que este tipo
de comportamento está mais presente no comum dos mortais, estamos enganados.
Também no meio científico, a arrogância por vezes impera, principalmente no
surgimento de novas teorias/descobertas que venham desafiar o paradigma
corrente.
Assim foi com a teoria do heliocentrismo
de Nicolau Copérnico, seguida por Giordano Bruno e Galileu Galilei. Todos sofreram
de alguma forma com o cepticismo da comunidade científica e religiosa da
altura.
Mas outros casos mais recentes, envolvem
figuras de relevo, que sendo cépticos face às grandes inovações tecnológicas,
proferiram afirmações que são um excelente exemplo de como o nível da
arrogância é, muitas vezes, equivalente ao mesmo nível de ignorância. Eis
alguns exemplos:
"Máquinas voadoras mais pesadas que
o ar, são impossíveis!" ; "os Raio-X provar-se-ão ser uma
fraude" - Lord Kelvin (William Thompson - 1824-1907), Matemático e Físico,
Presidente da Royal Society (Academia de Ciências Britânica);
"Máquinas mais pesadas que o ar, é
insignificante e pouco prático, se não mesmo impossível" - Simon Newcomb
(1835-1909), Astrónomo e Matemático;
"Um foguetão jamais conseguirá sair
da atmosfera terrestre" - New York Times, 1936;
Entretanto, no plano astronómico,
afirmava-se que o nosso sistema solar tinha características únicas no Universo,
e que planetas fora deste sistema seriam algo muito pouco provável de existir.
Na década de 90 (sec. XX) detectam-se os
primeiros planetas extra-solares, gigantes gasosos, os quais se considerava
serem raros e, pelas suas características, difíceis de albergar vida sob que
forma fosse.
Os anos vão passando, entra-se no novo
milénio, e mais planetas vão sendo descobertos ao ponto de se começar a aceitar
a ideia de que grande parte das estrelas possuiria planetas gigantes na sua
órbita.
Hoje, no corrente ano de 2015, com
milhares de planetas entretanto descobertos, a comunidade científica reconhece
que, afinal, os planetas são algo comum no Universo, que a maioria das estrelas
possui diversos planetas em órbita e que alguns destes poderão ter condições
ideais para a existência de vida.
Este seguimento de exemplos, dá uma
ideia ao leitor de como algo considerado rídículo e impossível, mais tarde ou
mais cedo, acaba por ser reconhecido como facto real.
Há duas áreas de estudo, que sofrem
bastante com o estigma do cepticismo, negação e ridicularização: a Ovnilogia e
a Exopolítica.
A Ovnilogia estuda os objectos voadores
não identificados e a sua relação com a hipótese extraterrestre.
A Exopolítica,
é uma disciplina dentro das ciências sociais, que estuda as implicações
sócio-político-religiosas da vida extraterrestre. (ver quadro)
Pouca gente conhece, ou sequer se deu ao trabalho de
ler os vários estudos feitos sobre o fenómeno ovni, no entanto, uma grande
parte das pessoas tem uma opinião negativa e de descrença, talvez fruto do seu
desconhecimento e do contágio pelos vários mitos veiculados pela imprensa.
Dou aqui relevância a 6 desses estudos,
cujas conclusões são capazes de surpreender muita gente: "Projecto Blue Book",
Força Aérea US (EUA, 1952-1970), "Evidências Ovni ", Comissão
Nacional de Investigação de Fenómenos Aéreos (EUA, 1964), "Simpósio sobre
Discos Voadores", Audiência na Comissão de Ciência e Astronáutica, na
Câmara dos Representantes (EUA, 1968), "Estudo Científico sobre Objectos
Voadores Não Identificados", Universidade do Colorado (EUA, 1969), "A
Experiência Ovni, Um estudo científico", Universidade de Northwestern
(EUA, 1972), "Relatório Cometa - Ovnis e a Defesa: Para que nos devemos
preparar?", Instituto de Estudos Avançados para a Defesa Nacional (França,
1999).
Dos milhares de casos analisados nestes
estudos, depois de serem eliminadas as hipóteses de balões meteorológicos,
fenómenos atmosféricos/astronómicos, aviões, alucinações/ilusões, problemas
psicológicos, encontramos uma média de cerca de 20% (não são 3% nem 5% como
alguma imprensa insiste em referir) de casos classificados como DESCONHECIDO
(pelas suas características, comportamento, velocidade, etc), e para os quais a
hipótese extraterrestre ganha mais força.
Negar que algo se passa, é ter o mesmo
tipo de comportamento referido nos exemplos acima indicados. Menosprezar a
importância de se fazerem mais estudos, é como querer esconder algo que tem
demasiadas consequências para o futuro da humanidade.
Estaremos pois arrogantemente sós no
Universo ou, quem sabe, inseridos numa comunidade cósmica sem o saber?
Sobre o Autor
Francisco Mourão Corrêa é coordenador da
Exopolítica Portugal, membro do Instituto de Exopolítica
O excerto
Hoje, no corrente ano de 2015, com
milhares de planetas entretanto descobertos, a comunidade científica reconhece
que, afinal, os planetas são algo comum no Universo, que a maioria das estrelas
possui diversos planetas em órbita e que alguns destes poderão ter condições
ideais para a existência de vida.
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